No cemitério católico, na cidade de Rio Grande, podemos observar túmulos que são verdadeiras obras de arte. Sendo que muitos deles repousam os restos mortais de heróis que fazem parte da história do Brasil. Entre eles Almirante Abreu, que comandou o navio Belmonte, embarcação de onde saiu o primeiro tiro de que deu inicio a batalha do Riachuelo, assim como do capitão de mar e guerra Felinto Perry. Várias lápides e esculturas forma esculpidas na Itália. Também chamam a atenção, as lápides acinzentadas produzidas em mármore. Várias destas trabalhadas pelo português Manuel Pitrez e o italiano Bernardo Fossati. Existem no interior do cemitério católico, vários monumentos das ilustres figuras, muitos oriundos da Europa, que ajudaram a construir a cidade de Rio Grande.

                Alguns túmulos importantes do antigo cemitério da Igreja do Carmo foram transferidos para lá, surgindo inesperadamente entre eles, um precioso ossário trabalhado em ferro advindo da Inglaterra de propriedade da família Clausen. Antigamente, caso o falecido fosse uma personalidade, os sepultamentos eram feitos junto aos templos. O primeiro cemitério foi o da Igreja do Bonfim, construído pela Irmandade do santíssimo Sacramento e entregue à prefeitura em 7 de outubro de 1834. Por volta de 1851, começou a procura por um outro local para a construção do cemitério extra-muros. Além das trincheiras situadas onde hoje é um canalete, nos fundos do quartel do exército, as irmandades ficaram encarregadas de construir paredes de catacumbas. Em 1855, quando houve uma grande epidemia de cólera, o novo cemitério começou a ser utilizado para o enterro das vítimas. O primeiro sepultamento foi o da índia Marcelina, de 25 anos, em 12 de dezembro. Naquele dia também foram enterrados mais 11 vítimas da cólera, em sua maioria escravos. Em 1861 o novo cemitério estava pronto, e em 24 de outubro de 1863 foi entregue à Santa Casa. A capela de Nossa Senhora da Piedade foi construída em 29 de outubro de 1899. Ela recebeu a doação de um altar montado na praça principal, atual Xavier Ferreira. Em 1870, o altar foi desmantelado após a missa em memória dos falecidos na guerra do Paraguai. Existe um túmulo próximo a entrada, onde encontram-se os restos mortais de uma família estrangeira. A parte superior desta, fora esculpida em ferro fundido, existindo apenas duas unidades no mundo: a do cemitério católico e uma outra na França. Também encontramos o monumento do obreiro desconhecido, localizado na praça do Bonfim, sendo ali o primeiro cemitério da cidade. Este monumento, único no Brasil quiçá no mundo, onde encontra sepultado o trabalhador desconhecido, cuja cruz que encontra-se neste monumento era do pórtico de antigo cemitério.